O Rio Grande do Norte tomou conhecimento, através de alguns jornais metropolitanos, incluindo O Alerta, que o Abrigo Anízia Pessoa assinará um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, logo após uma visita da Promotora de Justiça Helliana Lucena Germano, junto com o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Inclusão (CAOP inclusão) e do Corpo de Bombeiros.
Durante a visita, motivada espontaneamente pelas instituições citadas, constataram algumas irregularidade tanto na infraestrutura como na organização cadastral dos idosos.
A notícia, que deveria ter boa repercussão, tendo em vista o processo de construção de um novo conceito de abrigo de idosos - tão visado pelas Irmãs da Divina Providência - gerou interpretações errôneas e certo mal estar por parte de algumas pessoas que não conhecem o Abrigo Anízia Pessoa e passaram a tecer comentários desfavoráveis a essa nobre instituição.
Na condição de voluntário do citado abrigo, conheço plenamente a realidade dessa casa, na qual veja a presença de Deus na mesma dimensão de um ambiente sacro.
Sabemos que é dever do Estado cuidar dos seus idosos e não de igrejas, ONG's ou de iniciativa privada. Mas felizmente muitas dessas instituições se dedicam de forma abnegada em prol de inúmeros idosos, muitos deles explorados financeiramente por suas famílias, maltrados e humilhados no momento mais frágil da existência humana.
O abrigo Anízia Pessoa, graças às doaçoes de alguns cristãos autênticos, via empresas e mesmo de forma anônima ou pessoal, desde a sua fundação, tem primado por transformações positivas, a ponto de ser incomparável a realidade vinda logo após a pedra fundamental com o que existe hoje. O recurso que recebe do Governo Federal, via Prefeitura Municipal de São José de Mipibu é simbólico (em caráter de exemplo é suficiente para manter apenas três idosos não dependentes de remédios). Mas tudo sempre foi pautado por seriedade e vontade de acertar.
Prova disso é que não se encontra no Abrigo Anízia Pessoa idosos com escárie, sujos, cobertos por moscas ou sujeitos a qualquer condição sub-humana.
A comida é de melhor qualidade e orientada por profissionais competentes (café, leite, chá, pão, biscoitos, bolo, arroz, feijão, carne, frango, peixe - para aqueles que podem comer esse tipo de alimento, e papa de cremogema, de aveia e diversos tipos de cereais orientados por nutricionistas). As roupas de cama são mudadas diariamente, o ambiente é totalmente limpo diariamente. As datas comemorativas e religiosas são comemoradas com dinamismo no interior do abrigo. Os mesmo tem acesso a televisão, recebem voluntários que cortam cabelos, fazem manicure e pedicure.
Nunca ocorreu de um idoso cair, machucar-se ou ser alvo de qualquer dano físico provocado por descuido.
Todos os abrigados são tratados com humanismo, desde os funcionários às Irmãs da Divina Providência. Particularmente estou cansado de ver a Ir. Iva lavando pés de idosos, cortando unhas e limpando necessidades fisiológicas dos mesmos (atitudes que muitos filhos se negam a fazer com os próprios pais).
As Irmãs da Divina Providência têm uma dimensão espiritual tão profunda que são alheias a tais vaidades, as quais muitos teriam ojeriza só de pensar. Elas vivem num estágio da vida incompreensível a simples humanos que se sentem unipotentes.
Na realidade, elas se comportam como Jesus. E isso é dever e obrigação das mesmas. Até porque se comprometeram com a vida religiosa. Mas é admirável, pois muitos são os religiosos cheios de vaidades e hipocrisias.
As Irmãs da Divina Providência cuidam do Abrigo Anízia Pessoa como se fosse a sua casa. O ambiente é impregnado de amor e abnegação.
Resta aos que compreenderam mal a visita das autoridades, uma visita à referida instituição, pois quem conhece o Abrigo Anízia pessoa sabe que as irmãs já acertaram muito e buscam humildemente acertar a cada dia, inclusive já tomaram todas as medidas cabíveis para adaptar a instituição a proposta notificada. Como bem disse a citada promotora: “ Não ocorreu nenhuma denúncia. A visita é uma atribuição do MP, imposta pelo Estatuto do Idoso. A instituição é da década de 80 e nunca tinha recebido uma visita”.
Resta-nos agradecer às autoridades por cumprir o seu papel, e às Irmãs da Divina Providência por terem adotado uma causa do Estado em nome do Amor ao Próximo.
Luís Carlos freire
domingo, 9 de maio de 2010
Homenagem às Mães
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