Democraticamente abrimos espaço para o petroleiro e ex-vereador Amauri Freire publicar seu artigo
Meus caros,
Quando a gente pensa que já aconteceu tudo de ruim no chão da aldeia de Mipibu, eis que nos aparece algo que, a meu ver, extrapola todos os limites do absurdo.
Onde já se viu em plena era de aperto e arrocho, principalmente no que diz respeito às questões salariais, com quedas de arrecadação e enxugamento de máquinas administrativas pelo Brasil afora, a prefeita do município enviar para a Câmara Municipal um Projeto de Lei Complementar, aumentando de R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais) para R$ 3.000,00 (três mil reais), o salário do presidente da Fundação Mipibu de Cultura.
Com toda sinceridade, como já falei outra vezes, falta seriedade ao governo de São José de Mipibu. Pra ser mais sincero ainda, falta vergonha na cara.
Enquanto todas as demais categorias do administrativo municipal são tratadas a pão e água, com muitos servidores recebendo na faca cega, um mísero salário mínimo, vem a nossa ilustríssima prefeita com essa aberração de projeto, para beneficiar apenas um servidor, com um aumento de 130%.
E os demais servidores, como será que estão se sentindo?
Lembro-me bem de um movimento feito algum tempo atrás pelos professores da rede municipal, onde não conseguiram, nem pela força de uma greve mais do que legítima, praticamente nada do executivo municipal.
Ao contrário do está sendo visto agora, os profissionais da educação foram humilhados pela prefeita, que por diversas vezes, se negou até em recebê-los numa simples audiência.
O tratamento dado ao presidente da Fundação Mipibu de Cultura é algo surreal, e mostra o quanto o governo municipal vive no mundo da lua, completamente desconectado da triste e melancólica realidade sentida pelos que de fato VIVEM EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU.
O referido Projeto de Lei, caso seja aprovado, premia a incompetência e a inoperância de um órgão meramente ilustrativo, que tem servido neste segundo mandato da prefeita apenas para promover uma ridícula acomodação política.
Pra acabar de entornar o caldo, acabei de ler num dos blogs da cidade que o presidente da Câmara Municipal pediu a aprovação do Projeto, chegando inclusive a dizer, em plenário, a seguinte frase: “temos que ver que com 1.300,00, ninguém nem o próprio Nicodemos vai querer ficar no cargo, pois existem viagens e outras despesas que com 1.300,000 não se daria para chegar a lugar algum, pois como a fundação nunca funcionou Nicodemos vem justamente fazer com que a mesma funcione buscando os próprios recursos para fazer com que a fundação funcione”.
Espero que o meu amigo Kerinho reveja este ponto de vista, pois ele sabe tanto quanto eu, que existem recursos na administração municipal disponíveis para estes fins.
Jamais um servidor público terá incorporado em seu salário, recursos para despesas de viagens. Se o argumento for este, essa “aventura” poderá virar caso de polícia.
Outra coisa. Caso o Presidente da Fundação Mipibu de Cultura não queira ficar no cargo com o salário de R$ 1.300 (um mil e trezentos reais), pode ter certeza que tem muita gente boa e bem mais competente, que aceitará o cargo.
Faço um apelo aos nossos ilustres representantes na Câmara Municipal, para que pensem e reflitam bastante sobre este caso.
Assinalo ainda o meu apoio (quase insignificante) aos vereadores Crisóstomo Barbosa, Jean Nerino e Clidenor Ferreira, que de forma responsável, questionaram o “bendito” projeto.
Fica aqui o registro de um cidadão mipibuense que nunca teve medo de falar o que pensa, principalmente no que diz respeito a defesa do patrimônio e da moralidade pública.
Se este Projeto de Lei vier a ser aprovado, será a maior IMORALIDADE já vista no chão da nossa aldeia.
Profundamente indignado,
AMAURI FREIRE
Um cidadão/aldeão Mipibuense